Sábado, 18 de Setembro, 2010

 

FALO DE COISAS SIMPLES

Minha memória é livre
Recordar depende dela não de mim
E é nesta liberdade
Que despertam recordações sem fim.
Surgem sempre trazendo saudade
Repetem-se sem aviso,
até à exaustão.
E sempre que é preciso
Surge lembrança que parecia enterrada,
na raiva dum grito, calada.
E é maior a solidão!

Um rumor já ouvido
Um odor já respirado
E nem o coração ouve o pedido
Do meu espírito cansado.

Trepa o sol pela parede
Sonho eu com a idade dourada
Assim mato minha sede
A dormir ou acordada.
Falo de coisas simples...
Das aves que sempre regressam do mar
Trago os olhos cheios de poesia
E nesta noite escura sem luar!?
Ergo a voz a um novo dia.

Falo das rãs que coaxam canções de amor
Dos pássaros soltando trinados
E se a lembrança me causa dor?!
Ficam meus sonhos desarvorados.

Vivo ao sabor da corrente
Já não me imponho à maré
Nascida dum pobre ventre
Dele mesmo trouxe fé.
Sou flor da maresia
Meu nome é rosmaninho
Cresço de noite e de dia
Meu destino é este caminho.

rosafogo


Quarta-feira, 15 de Setembro, 2010



Faz tempo fiz dois corações
Na casca rugosa dum pinheiro
Entrelaçados de ilusões!
Vivos, dum amor primeiro.

Hoje ao ver-me, envelheci
Da juventude, o que ficou?
Olhei o espelho não me reconheci
P'ra saudade me atirou.

Num coração teu nome deixei
No outro o meu escrevi
Hoje de nostalgia, viverei!
Lembrança é o que resta de ti.

O pinheiro está em ruina
Uma hera atrevida se lhe enleou
É a lua que os corações ilumina
Disse-me um passáro que ali passou.

Faz tempo,muito tempo,
Fiz dois corações
Na casca rugosa dum pinheiro
Era então a idade das ilusões
Queria dizer ao Mundo inteiro
Que aquele amor primeiro!?
Não era só ilusão, não!
Era um amor verdadeiro...
Que não cabia num só coração.

rosafogo

publicado por rosafogo às 16:10

Domingo, 29 de Agosto, 2010

 

CANSEI!

 

Hei-de suster-me este fogo

Aqui dentro onde se instaura o vazio

E eu ao espelho me interrogo

Onde ficou o teu brio?

Não avanço nem mais um passo

Nem que a vontade suplique

Dentro de mim já não espaço

Para a dor...pois assim fique!

 

Meu coração é já casa vazia

Onde reina silêncio e o sol não entra

Falta a luz dia após dia

E num ou noutro qualquer dia!?

Meu rosto felicidade ainda aparenta.

 

É o rosto que guarda ainda o fogo

Como se a dor não lhe fizésse doer

Ao espelho volto, e me interrogo

Porquê?!

Triste a noite e este meu anoitecer?

 

Deixo-me regressar àquele sono

Àquela apatia desbotada dos meus dias

Interrogo de novo o porquê deste abandono

E é ele que me responde:

Porquê recusas o que há tanto sabias?!

 

Cansei!

 

rosafogo

 

 

 

 

 


Quinta-feira, 26 de Agosto, 2010

 

NO FUNDO DO TEMPO

Meus poemas são música que ninguém tocou
São débeis sóis de esperança de criança curiosa
São pedrinhas atiradas ao charco que a ninguém molhou
Porque me queixo eu? De que estou ansiosa?!
Tivesse eu outra forma de criação?!
Bailarina talvez, exprimindo-me por gestos
Mas a poesia é o meu mundo o meu chão
Meus poemas são gritos, são manifestos.
Sentimentos, lamentos e esperanças, neste chão verde
A mão que dou, a palavra que deixo o que recebo e me afaga
São água fresca onde mato a minha sede,
Uma força maior que ninguém silencia, nem apaga.
Estão prenhes de utopia por isso me chamam louca
Um dia virá, eles serão o grito, a força da minha voz já rouca.

Calo-me agora, quando o fim está p'ra chegar
Não resta nada, trago os dias cansados
E o medo espreita no fundo do meu olhar.
Cerro memórias que são já frutos frutificados.
Falei do passado acreditei no presente
O futuro calarei, fátuo fogo em que me apago
A vida não passou dum jogo, correu apressadamente
É bola de fogo, alegria efémera é dor que trago.
Meus poemas, são minha existência a escurecer
Numa solidão onde mais nada há a dizer.
Fico tolhida no fundo do tempo a esquecer
Quanto tempo a Vida me tira, sem eu o querer.

rosafogo

publicado por rosafogo às 19:02

Domingo, 22 de Agosto, 2010

COM DEUS

 

Erigi no coração um monumento

Onde tudo guardo com tamanha doçura

Onde conduzo com gosto o pensamento

E onde pouso o olhar com ternura.

E como tudo é infinitamente pequeno

Perante os sentimentos que nele guardo

Tenho a fé redobrada e o espírito sereno

Ainda que o Mundo fique cinzento pardo.

 

Ainda que na vida surja dificuldade

E o caminho me pareça estreito

Sigo levando comigo a saudade

Neste período da vida sigo a direito

Sempre com renovada vontade

E é assim que escrevo no presente

Que de bem estar estou fartamente.

 

A melancolia?! Essa faz parte da vida!

Empenhada às vezes, teimosa, na sua tentativa

E nos lábios se encontra ou se perde um sorriso

Que o tempo avaramente devora

Mas só de paz eu preciso

E de Deus comigo a toda a hora.

 

rosafogo

publicado por rosafogo às 17:36

Quarta-feira, 24 de Março, 2010

 

 

Estas são fotos já de 2005 duma viagem inesquecível a Paris.

Hoje estive a relembrar a visita ao Museu do Louvre e ao

palácio de Versailhes, a Monmmartre, ao Moulin Rouge, a torre Eiffel etc.

Então resolvi fazer este slide, algumas fotos não estão muito boas

mas dá para imaginar a cidade luz.

Fiz um passeio no rio Sena, também muito agradável, embora a viagem

tivesse sido numa época de muito frio.

 

Tentei mas não consegui repôr o template que tinha, então tive que optar por este,

também vou tentar recolocar a música, de quando em quando fica tudo do avesso.

 

Vou deixar novo poema

 

 

MINHAS PENAS

 

 

Tarde pesada e nevoenta

As arvores parecem flutuar no Céu.

Já o tempo que há-de vir?

Curta estrada representa.

Já tudo é triste, tanto quanto eu.

Coaxanm as rãs na ribeira

Entristecem as manhãs geadas

Fica a vida sem eira nem beira

Minhas esperanças do avesso viradas.

 

Pássaros se escondem no arvoredo

Mais um dia o mundo velho a ruir

Meu olhar triste se deixa quedo

Finjo não ver nem sentir

Já é chegado o fim do dia

Não ouço mais das rãs o coaxar

Tomou conta de mim a nostalgia

Da vida vem o tempo se apossar.

 

Das horas que lamentamos

Umas duram muito, ou então?!

Duram pouco mais que nada

Dormem os pássaros nos ramos

Coaxam as rãs de aflição

Sigo ao peso dos anos vergada.

 

rosafogo

 


Terça-feira, 16 de Março, 2010

 

 

Há quanto tempo por fora, tenho que confessar que já não dou conta de tudo, agora ando

pelo recanto das letras, pelos fios do infinito e claro no luso poemas, este último um

tanto polémico, sempre alguém se julgando melhor,  o que é bem possível no meio de tantos a escrever, haverá sempre os que mais sabem os que melhor se exprimem, mas

gosto de desafios por lá tenho andado. Agora é difícil deixar, criei também amizades, que

diáriamente lêem o que escrevo,  também tem  havido lançamentos de livros de vários poetas amigos  onde procuro sempre estar  presente e tem sido interessante, talvez me sinta mais desenvolta agora ,embora haja muita coisa que eu ainda tenho para aprender.

Hoje deixo algumas fotos da minha viagem a Budapeste, tiradas das minhas imagens,

um pouco sem ordem, mas todas elas desta linda cidade e seu rio Danubio.

 

E como sempre um poema.

Este meu blog, não sei o que lhe fiz perdeu sua brancura, lá terei que pedir auxílio, pois

não consigo que volte à cor que tinha.

 

 

HOJE ABRI UM SOBRESCRITO

 

 

Hoje abri um sobrescrito

Havia nele folha em branco

Nada nele me havias dito

Porquê todo este meu espanto!?

Também nada redigi, fiquei parada

Deixei correr o marfim

O amor em branco não é nada.

E este amor era assim.

 

Reconcilio-me com a solidão

Minhas forças restabeleço

Parto para outra emoção

Rasgo este sonho e esqueço.

Fico um pouco abatida

Depressa me recomponho

Se este amor não tem saída

Esqueço o sobrescrito e o sonho.

 

Que missiva impertinente

Que a mim não  dá sossego

Que foi feito do amor da gente?!

Que ainda é grande o meu apego?!

 

Olho também o bilhete

Dessa mesmo ocasião

E uma flor dum ramalhete

Com que adoçaste meu coração.

Hoje estou resignada

Ouço ainda teus passos no soalho

Se este amor não deu em nada

Para quê tanto trabalho?!

 

Volto a esconder meu tesouro

Mas sou franca por natureza

Ainda p'ra mim vale ouro!

Era AMOR tenho a certeza

 

rosafogo

 

 

 

 

 

.



 

sinto-me: Feliz
publicado por rosafogo às 14:32

Quarta-feira, 03 de Fevereiro, 2010

Já estou ansiosa que venham os dias belos de Primavera.

Enquanto isso não acontece, vamos aguentando na expectativa que o Inverno nos traga

também um pedecinho de Sol.

Hoje sem saber muito bem o que vos queria deixar, resolvi fazer um slide com algumas

fotos das minhas viagens e passeios cá dentro, que eu acho lindas e me dá prazer não

só tirá-las mas partilhar.

Tenho também uma colecção de fotos de portas antigas muito bonitas, mas deixo para a próxima, tenho que fazer uma escolha.

E como sempre deixo uma poesia.

 

 

 

SE PUDER APAREÇA

 

Aqui deixo uma belíssima notícia. o lançamento deste livro de poesia do meu amigo Emanuel Lomelino, será no dia 13 de Fevereiro conforme se lê neste convite, e eu lá estarei para

lhe dar o meu abraço e desejar muito sucesso.

 

 

Deixo-vos tudo o que é meu.

 

 

Já pouco ou nada tenho

Segurei só minha tranquilidade

Me perguntarão donde venho

Responderei: da Saudade!

Trago a memória perdida

Deixo-me  ficar na solidão!

Porque quero ficar esquecida?

Ainda outros perguntarão.

 

Deixo-vos tudo o que é meu

O pouco que ainda me resta!?

Um pedaço de terra e de céu

E um pouco de luz que o Sol me empresta.

Deixo-vos também minha cruz

E meu rosário por rezar

Dos meus olhos deixo a luz

Que ao luar foram roubar.

 

E logo bem à tardinha

Como tudo vai...me irei embora.

Tal qual a água que ao mar caminha

Lá chegarei na minha hora.

Só não vos deixo a poesia

A levarei arrecadada no peito

Não quero sabê-la algum dia

Desprezada d'algum jeito.

 

 

 

rosafogo

publicado por rosafogo às 15:33

Segunda-feira, 18 de Janeiro, 2010

Hoje fiz este slide com algumas fotos de Cristos cruxificados, não são todos os que possuo

mas o tempo não dá para procurar mais dado que estão em diversas pastas de fotografias

e tenho que procurar, mas dá para ver como gosto de tirar fotos de arte sacra, quando me é

possível, porque em muitas catedrais não é permitido. De  Varsóvia e Cracóvia trouxe um bom conjunto que me dá muito prazer olhar, há uma beleza nelas aos meus olhos, que nem

sei defenir, é qualquer coisa  muito transcendente e que me impele a não deixar de fotografar e trazer para casa.

Espero que os amigos que me visitem apreciem, breve faço novo slide com as restantes.

O slide desta vez parece que danificou um pouco as fotos, mas dá para ver.

 

Deixo uma poesia inédita

 

DEUS TRAÇOU

 

Alojadas em mim raízes fortes

Lembranças que vão e voltam

Vezes sem conta!

Umas, são meus desnortes

Às vezes meus ais se soltam

Vezes sem conta!

Me perco no labirinto

De pensamentos e emoções que sinto.

 

Se calhar nem sempre lembranças tão bonitas

Quanto as recordo hoje?!

Mas vá lá a gente compreender!?

Sem a saudade nestas minhas escritas

Teria medo de mais sofrer.

 

Levo algumas horas de luto

E tantas outras de Amor

Mas já trago o pranto enxuto

E até já esqueço a dor.

 

No rosto ainda uma expressão amável

A tudo o pensamento se habituou

Nada pode alterar o inevitável

Que Deus num destino traçou.

 

rosafogo

 

publicado por rosafogo às 17:28

Domingo, 03 de Janeiro, 2010

Hoje, deixo um slide de alguns momentos passados na noite de Natal, uma noite sempre especial em que  todos reunidos, festejamos ao nosso modo. Sempre lembramos os que já partiram e que ajudavam à festa e há um certo silêncio magoado quando encaramos a realidade. Cada ano que passa somos menos, mas os mais jovens  trazem

com eles alegria bastante e fazem com  que lembremos apenas  a alegria que sempre era e que não podemos deixar de continuar a ter.

E assim passou mais um Natal e mais um Ano.

 

Desejo que todos os amigos, tenham entrado no novo Ano, com saúde e que seja próspero para todos.

 

Cansei!

 

Há-de suster-me este fogo.

Aqui dentro, onde se instaura o vazio

E eu ao espelho me interrogo

Onde ficou o teu brio?!

Não avanço nem mais um passo

Ainda que a vontade me suplique

No meu coração já não há espaço

Para a dor! Pois assim fique.

 

Meu coração é já casa vazia

Onde reina o silêncio e o Sol não entra

Falta a luz dia após dia

E num ou outro qualquer dia?!

Meu rosto, felicidade aparenta.

É o rosto que guarda ainda o fogo

Como se a dor não lhe fizesse doer

Ao espelho volto, e interrogo

Porquê triste como a noite e o anoitecer?

 

Deixo-me regressar àquele sono

Àquela apatia dos meus dias

Interrogo de novo o porquê deste abandono

Ele responde:

Porquê, recusas o que há tanto sabias?

 

Cansei!

sinto-me: bem disposta
publicado por rosafogo às 18:06

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