Como já todos fomos inocentes,felizes e ingénuos! Nessa altura não lamentávamos o presente, nem nos preocupávamos com o futuro. Daí o prazer que em certos dias tenho de
voltar â infância, regredir no tempo, ficar no espaço onde com tão pouco era uma criança feliz., na convivência com os pais, avós, e todos os mais chegados.
Às vezes me lembro do forno de lenha que havia em casa, de onde saía o pão e as petingas
assadas com azeite e alho, assim como duma gaveta em casa da avó onde havia sempre
pão e azeitonas.Nem sonhava o que poderia ser um bife ou um hamburg assim como também não sabia que um dia ía gostar de fazer poesia.
Lembro
Tudo na minha memória
Onde o Outono, já gasta os dias
Lembro as tardes de chuva.Sombrias!
Também as nuvens do teu Céu!
Tudo lembro, quando o teu céu era o meu!
Agora que o tempo cansa!?
E o coração é como um velho soalho!
Só a memória ainda alcança
Tuas madrugadas de orvalho.
Tudo na minha memória
No tempo já um pouco perdida!
O crepitar do lume, o vagar das horas
As gentes cansadas do duro da Vida!
Na memória vives, no meu coração moras!
À aldeia das Lapas- minha aldeia