Terça-feira, 30 de Dezembro, 2008

Há palavras que nos sôam sublimes, tal como uma  melodia que se ouve e que vem ao encontro de todos os nossos sentidos.

 

Parto de mim sem querer saber

 

Abro-te os meus braços sem hesitação

Tomada pelo desejo de te amar!

Faz-me o Amor estremecer o coração

E fica uma centelha de luz no meu olhar!

 

Rompe-se o silêncio, escuto o som do Amor

Entro no prazer dos tempos esquecidos

Obstinada procuro no sonho o calor

De quem se liberta e tem os sentidos vivos!

 

O prazer é forte, deixo-me perder

Abro-te os meus braços sem hesitação!

Parto de mim, sem querer saber!?

Se regresso, ou fico pisando o teu chão.

 

 

 

 

 

 

publicado por rosafogo às 20:08

Segunda-feira, 29 de Dezembro, 2008

 

Hoje começei a ler Júlio Dinis e então a certa altura diz ele que naquele ano de 1866,

Portugal era uma Nação acanhada,na grande Europa ,onde éramos recebidos por obséquio.

E agora passados tantos anos, mais de um século será que não está tudo igual?Digo eu!

Há pelo menos uma coisa para melhor, que é haver bem menos analfabetismo.

Júlio Dinis, preocupou-se em escrever  simples, para que os menos letrados entendessem

as suas mensagens, por acaso  não é preocupação de alguns escritores do nosso tempo.

 

Sem bússola

 

No tempo já meu rosto perdido!

É um tapete gasto pelos passos

Vazio o olhar, vago, esquecido!

Estampa desbotada de que restam traços.

 

O corpo dispo, deixo na cadeira!

Dispo a alma, deixo-a ausentar!

Caminho e a Vida é já canseira

Sem bússola, onde é meu lugar?!

 

Meu amor é sonho parado na fronteira

É Sol que se nega a entrar pela janela!

Meus desejos envoltos em auréola de poeira

Meu corpo despido, é barco à deriva sem vela.

 

Mas , resta ainda uma nesga azul do Céu

Restam palavras de força e solidão a dobrar!

Resta a esperança que firme ainda não morreu

E meu rosto há-de sorrir e não apenas chorar.

 

 

 

 

 

publicado por rosafogo às 22:26

Sábado, 27 de Dezembro, 2008

Esta poesia que vou aqui deixar hoje, foi  das primeiras feitas por mim, naturalmente fala

de mim e dos tempos da ingenuidade, quando eu era como uma flor a abrir, quando o Mundo era só meu,quando tudo era alegria e espontaneidade,tudo ou quase  tudo era perfeito.

 

Moça, menina

 

Moça, menina

Vestida de vento

Altiva e ladina

Vive só o momento!

 

Gargalhada aberta

Os olhos tens verdes

Tudo em ti desperta

Vê se te não perdes!

 

Tu és a saudade

És o livro aberto

És a Liberdade

És o Céu por perto!

 

Menina, criança

Tristeza, alegria

Quando a noite avança

Teu dia, ainda é dia!

 

Nos cabelos, luar

Na boca cerejas

Nos olhos tens Mar

Que mais tu desejas?!

 

 

 

 

 

 

 

publicado por rosafogo às 22:15

Terça-feira, 23 de Dezembro, 2008

 

O destino, dá-nos oportunidades e algumas desperdiçamos. Nos seus meandros encontram-se os nossos desejos, as nossas frustrações e acabamos por aceitá-lo na sua adversidade e também naquilo que nos trouxe de bom. Nesta altura da Vida os dados estão

lançados é só esperar para ver ou ir andando sem pressas e sem medos.

 

Este poema fiz à minha aldeia

 

Alicerce

 

 

Como é profunda a raíz entre nós!

És poema em mim, desde que nasci!

Deste-me a mão, ouviste a minha voz

Quando do ventre de minha mãe saí!

 

O meu corpo feminino, como flor

Tinha a fragância, secreta de ti!

E nos meus olhos há ainda a cor

Verde, do teu verde que não esqueci!

De madrugada, bem ao amanhecer

Depois de sonhar contigo, bem ao meu jeito

Aguardo ser dia, para te voltar a ver

E dizer-te da saudade que me vai no peito!

publicado por rosafogo às 23:17

Quinta-feira, 18 de Dezembro, 2008

Sou poeta provavelmente em tudo o que faço.

Poesia é o meu signo, o meu sinal, a minha  vida.

 

Estas são palavras do poeta Jorge Listopad - mas que poderiam ser ditas, por todos que gostam de poesia.

 

 

Ilusão

 

 

Depois do Sonho é como se regressasses

ou  não tivesses partido!

È como se ainda me amasses

e tudo fizesse sentido!

 

Tudo o que prometias é agora saudade

Mas esta ilusão tão incerta como tempo de Outono

Traz-me restos de lágrimas, deixa-me ao abandono!

Sobressaltos é o que resta da Vida

Entre corpo e alma há agora uma fronteira

Que torna escura a despedida.

E transforma o riso em choro e a luz numa cegueira.

 

 

publicado por rosafogo às 21:57

Quinta-feira, 11 de Dezembro, 2008

Hoje não penso nada, estou ausente, como o Sol. É assim , a Vida tem pés de barro um dia

inteirinha, outros quebrada.

 

Maré da Vida

 

Sinto-me tão longe, como frio astro

Esqueci  até o  som da minha voz!

Tenho o corpo inerte, caído como mastro

dum velho navio, encalhado na foz!

 

Vazia de lágrimas e de memória

Perdida num silêncio e já sem nome

Só no rosto!? Aí se lê a história!

E os dias?! Tantos que não há quem some!

 

Dos meus olhos cegos, rompe a água

Cegos dum silêncio bem presente

Ante um futuro que adivinho de mágoa!

 

Estalam ma minha mente violentas

emoções que esqueci de viver. Fico ausente!

Só! Como estas palavras que me saiem lentas.

 

publicado por rosafogo às 21:27

Terça-feira, 09 de Dezembro, 2008

Antes, tudo era chegar.

Agora tudo é partir

Antes flor a sorrir

Agora, flor a murchar!

 

Afecto

 

Se ouvires meu coração bater

Não o ignores, dá-lhe atenção

Está moribundo a sofrer!

Pelo teu! Mas sofre em vão!

 

Ouve o bater que ainda é gente

Gélido está que nem marfim!

Está a morrer lentamente

Por não me dar ouvidos a mim!

 

Este bater que só se importa contigo!

Só por ti. está doido varrido!

Então escuta-o, dá-lhe atenção!

 

Que o seu destino é morrer!

Ao abandono e sem esquecer

Que o seu querer foi sempre em vão!

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por rosafogo às 23:14

Domingo, 07 de Dezembro, 2008

A nossa memória vai insistindo, insistindo e vão ressurgindo, os cheiros, as cores e os gestos de há anos atrás de quando éramos crianças. Então surgem as pessoas que nos

rodeavam, o som da sua voz, o seu andar , as suas conversas de fim de  tarde soalheiras

nos degraus das casas. O cheiro da sopa, o cheiro do sabão azul e branco, o cheiro dos colchões de palha de milho, o depenar das galinhas em agua fervente, o som da agua do açude sempre cantando, o som do sino da igreja. E por fim os gestos de pôr o cantaro à

cabeça, o gesto de lavar a roupa no rio, de estender a roupa na corda, da ída à oração da

noite, dum beijo roubado só presenciado por quem de confiança, enfim, uma estória sem fim quando nos pomos a recordar.

Extratemporal sempre fui, tinha necessidade de me antecipar ao tempo, por isso fui a ùnica

rapariga a tomar rédea do destino diferente de todas as outras da aldeia, saindo para trabalhar numa cidade distante ,sózinha o que na altura era quase impensável e foi a

recordar esta minha coragem  que me vieram à memória todas as outras.

 

 

Breve

 

Tão breve como um bater de asas

Vertiginosa como vento que assobia

A Vida que é fogo já sem brasas

Fogueira agonizando de melancolia.

 

Perde-se num mar de emoções

Onde o tempo passa sem tempo, inquieto

Dissipa-nos da mente as recordações

Tem-nos cativos, num destino incerto.

 

Restam da vida, cinzas mortas, apagadas

Só se ouvindo murmúrios sem cadência

Solidão, dor e lágrimas resignadas

 

A memória é já grão de loucura

Tudo o resto se apaga na ausência

Só o olhar, guarda ainda alguma ternura.

publicado por rosafogo às 22:25

Sábado, 06 de Dezembro, 2008

Às vezes a memória, já distorce um pouco certas recordações, deixando sobre elas como

que um véu ou como um sedimento, que as torna um pouco confusas.Então tudo fica um

pouco misturado .Pomos a imaginação a funcionar e o resultado é quase sempre

que a recordação é aquilo que queríamos que fosse e não foi.Se calhar não me fiz entender

paciência....

 

 

Sonho

 

 

De repente, fico despida de vontade

Procuro nas palavras restos de mim

Outras vezes a Vida tem um sabor de verdade

Como eu queria, que fosse sempre assim!

 

Os ponteiros do tempo puder parar!

Não haver, nem antes nem depois

Às estrelas sorrisos arrancar!

Haver sempre uma criança em nós dois.

 

Assim, nesta monotonia dos dias

Nas quimeras que o tempo não apaga

Tomada de força, como que por magia.

 

De repente ser o teu licor mais doce

Uma mão que a outra mão afaga

E talvez que o sonho realidade fosse!?

 

 

 

publicado por rosafogo às 20:46

Quinta-feira, 04 de Dezembro, 2008

Querer parar o tempo é sonhar,é desejar o impossível, é pedir a um rio que suba a corrente.

Deste destino que recebemos, é obstinação querer lhe fugir.

 

Dias sem tréguas

 

Naufragam os meus dias em tempestade

Sobrevivem  aos entraves da vida

Ironia do destino, todos eles de ansiedade!

Solitários, melancólicos,nesta caminhada perdida.

Emaranhado de sentimentos, já sem voz

Longo é já o percurso, mitigo a solidão

O vazio das palavras,esta permanência atroz!

Dos dias sem tréguas, mergulhados de exaustão.

publicado por rosafogo às 18:24

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