Estive três dias na aldeia,sem ver o sol, de lareira sempre acesa e um silêncio absoluto.
Creio que as pessoas raramente saiem à rua, daí não se ver nem ouvir vivalma.Convergem
nesta aldeia as águas das ribeiras de Raia e Soure, formando o rio Sorraia,local onde se
tiram belas fotos e também daí se vê o mais bonito pôr do sol, alguma vez visto.Já agora fica o nome da aldeia - Sta Justa mesmo ao lado esquerdo do Couço, às portas do Alentejo.
Quero tempo p'ra sorrir
Caminho às cegas à luz do dia
Caminho com a minha cegueira
Minha alma, já sinto fria
Solidão é minha companheira.
Meu corpo, curvado
Lembranças em agonia
Meu rosto atormentado
É resto de velha fotografia!
Levo meu ventre vazio
Onde outrora houve vida
Vai a Vida por um fio
Já me leva de vencida!
Esperança é suspiro de aragem
Que levo em forma de solidão
Mas a Vida requer coragem
E há sempre um gesto, uma mão!
Não deixo marés me arrastar
Viagem sem regresso?Não quero ir!
O gume do tempo vou quebrar
Quero ter tempo p'ra sorrir!