Observando as montanhas, bem aqui á minha frente, reparo que na base tudo é vida, tudo corre, tudo é um movimento constante. Conforme o olhar vai subindo, apercebo-me que vai acabando tudo isto. Chegando ao cume, apenas tranquilidade, tudo é sereno tão próximo do céu, creio que só aí também se pode contemplar bem a grandeza das coisas criadas por Deus.
Que semelhança com a Vida! Agora tudo é sereno, quando não há tempestade....
No cume da montanha
O meu lugar é aqui nesta teia
Onde a monotonia me prende
Ou aqui no cimo da montanha, onde o ar rareia
Bem no cume! Onde meu corpo se rende.
Teia de caminhadas e passos repetidos
Onde grito e ao eco, ninguém responde!
Fico-me neste lugar de mortos-vivos
Numa ânsia de partir, nem sei p'ra onde!?
Assim me obriga a Vida a renunciar
Insiste que seja breve na despedida!
Sob ameaça de não poder atrás voltar.
Mas a Vida, dentro da vida ainda é desejo!
Sou uma pedra nesta montanha, caída!
É tarde, mas não perco da Vida o ensejo.