Peguei na minha máquina fotográfica pela manhã, caminhei pelo campo na expectativa de tirar boas fotos ás flores. Assim decorreu o meu dia, fui até ao Alentejo, andei por Pavia, Arraiolos, Évoramonte, Azaruja etc. Almoçei na Azaruja, onde se come maravilhosamente, mas onde se paga melhor, depois de almoço teimei que havia de visitar o palácio do Conde da Azarujinha que é de construção neo-clássica e ao lado tem uma bonita capela do mesmo estilo, nunca pensei ver um palácio tão bonito numa povoação tão pequena. Dali fui em busca dumas antas que há por perto, mas não descobri.Descobri sim campos de (lírios do campo) lindos tantos, tantos que fiquei deslumbrada eu que pensava que eram amarelos, não senhor são lilases.Depois eram tantas as giestas com tanto odor que fiquei com dor de cabeça, tirei algumas fotos e desisti das antas, regressei ao meu jardim onde os cheiros a flor de laranjeira também não eram menos intensos.Findei o dia com o nariz entupido, mas feliz, todo ele passado ao ar livre.
Costuma dizer-se que galinha do campo, não quer capoeira e é isso mesmo que eu sou!
Sonhos
Sempre dentro da alma noite e dia
Sonhos sem asas, quebrados ao abandono
Que vivem dentro de mim, são talvez fantasia|
Ou sortilégio que me tira o sono.
Meu coração, longe, deixa seu bater
Companheiro já velho do meu caminhar
Tanto Amor deu e dará enquanto viver
É cantaro de sonhos a transbordar|
Teço silêncios, já me esqueço
Do que são recordações, sonhos ou realidade
De quando em quando ainda me reconheço
E deixo entrar em mim o feitiço que é a saudade!
Resta em mim a ternura dum tempo feliz
E todo o amargo doce do meu sentir
Palavras, que a minha ingenuidade me diz
Para deixar ao tempo que há-de porvir.