Estes cravos me foram oferecidos pelo meu amigo FISGA, para ele vai o meu agradecimento25 ABRIL 2009
Nesta aldeia, onde hoje me encontro, rodeada das minhas flores seria muito do meu agrado falar-vos delas. Elas que são livres de crescer, florir,e morrer no seu pedaço pois nunca tenho coragem de apanhar uma sequer. Mas hoje as flores não são do jardim, não nasceram em berço de ouro, nasceram sim no campo onde sofreram as agruras do tempo, desse tempo da ditadura, resistiram á miséria, ao analfabetismo de boca calada e olhos
vendados.As mulheres daqui, do Couço e de Sta Justa foram mulheres de luta, foram feitas prisioneiras pelos algozes da pide e torturadas, talvez por isso hoje sejam mulheres tristes, reservadas a quem a liberdade nada trouxe de novo.
Mas valeu a sua força! O Mundo as desconhece, mas elas lutaram por um ideal e foram mulheres de antes quebrar que torcer.
Este poema dedico a todos os que sofreram na pele o preço da Liberdade.
ABRIL
Há silêncio no meu olhar
Silêncio na minha boca!
Morreu em mim a força de gritar
E a esperança no olhar é já bem pouca.
Calada, mas não muda!
Nem cega, nem surda!
O coração ás vezes chora
Mas Abril vive em mim a toda a hora!
Quero ser livre, como andorinha
No meu peito, ainda vive a chama
E na vontade que é minha
Nunca é tarde, quando por Liberdade se clama.
Tantas esperanças! Tantos sonhos gorados
Tantas desilusões e tantos vôos cortados.
Mas de peito ao vento
Vou soltando meus ais
Com Abril no pensamento
E no coração, donde não sairá jamais!
No sangue que nas minhas veias corre
Será Abril! Liberdade que não morre.