Esta foto foi retirada da net, retrata Gil Vicente,
às portas do castelo da minha cidade.
Ultimamamente, tenho lido mais poesia do que era hábito e cheguei à conclusão que toda ela é diferente na beleza da escrita, mas que toda é bela. Uma mais suave, outra mais profunda, uma mais serena, outra mais acesa, cada poeta tem a sua «marca», mas o sentimento , o Amor por ela é igual em todos.
Hoje
As horas hoje estão lentas e suaves, belas para mim.
A aldeia, de silêncio, transborda.Anoitece!
Atravesso desertos, surge um oásis por fim.
Na minha imaginação, sonhar ainda acontece!
Às vezes as lembranças, são já só rasuras.
E a tristeza se apodera do meu coração.
Porquê, tal desnorte?! Ou serão só minhas loucuras?!
E as palavras me saem, como beijos em excitação.
Olho a Lua distante, o silêncio é maior, sinto-me só!
Tenho necessidade de ouvir o vento...
Parece a Vida um ermo, chego de mim a ter dó
Então ergo uma força, maior que meu pensamento.
Em mil estilhaços , a Vida, parece partida
E surge de novo a investida da solidão.
O passado, o presente, ficam na memória esquecida.
E de chama quase extinta, vou perdendo o meu chão!
E as estrelas me dizem, coragem mulher, ainda é cedo!?
Foge à solidão, esquece a fuga dos dias
Porque hoje, amanhã, a vida te vence e no medo!?
Vencida estarás só ... de mãos vazias.
Neste silêncio que é da noite e meu,a lua se afastou
Cada segundo é diferente do anterior.
Oiço o vento cujo sussurro, quase me embebedou.
E me fez esquecer, da vida um mal maior.
Neste papel branco, deixo meus recados
Que são pequenas deixas, um quase nada!
Alguns sentimentos, que trago ao peito aconchegados.
E desabafos duma história, p'ra sempre inacabada.
