Foto tirada em 2006 na reserva Masai Mara, no Quénia.
Perguntava-me um amigo, se eu não tinha poemas que não se referissem a mim. Então,
dei uma volta no passado deste Blog, pois sabia que havia poemas sobre vários temas,
e dei com alguns que eu gosto muito e que são dum tempo em que não tinha comentários,
como por exemplo o mês de Novembro de 2008 ou Fev. de 2009. Desculpem a ousadia e se calhar a minha falta de humildade, mas, eu acho que deixei coisas lindas lá atrás, que fazer agora, só se as repetir, mas tenho pena, pois dar-me ía muita alegria a partilha das mesmas.
Ultimamente, sem saber porquê de facto falam mais sobre o meu «EU», talvez o querer encontrar-me, ou o querer aceitar-me, nesta minha exaltação, neste exaurir do tempo, conflito que travo com ele... como hei-de saber?!
Hoje resolvi mudar de fotografia, em vez de flores, tenho algumas paisagens, pôr e nascer do sol, e outras, que eu acho maravilhosas e vou partilhá-las com os amigos que por aqui passarem. Eu adoro fotografar é para mim tão bom como ler e escrever, algumas fotos são de momentos únicos e permanecerão para sempre na minha memória.
Verdes eram
Meus olhos eram verdes, de verde se vestiam
Estão da vida ausentes, a sofrer meus ais.
Eram dois vulcões, era de fogo que se enchiam
São agora negros, pardacentos, iguais aos demais.
Hoje, são olhos fixos, duas tristes raízes,
Da árvore que quer morrer de pé!
Viajaram no tempo, sonharam, felizes.
Negros de queixume perderam a fé.
Olhos que foram ,esmeraldas verdadeiras
Brilhantes, como estrelas no firmamento.
São cinza das brasas de duas fogueiras
Que se vão apagando a cada momento.
E, não há sinais da cor, nesta hora que envelhece
À mercê da vida rumam já sem norte
O verde, que de luto os vestiu, já nele anoitece!
Ao olhar as estrelas se abandonam à sorte.
Tantas vezes rios de lágrimas a inundar
Outras de tristeza a afundar!
Agora, neles o meu esquecimento se deita.
Vazios de sonhos, na menina a saudade,
Na quietação o verde ainda espreita,
Num desejo verde de esperança e liberdade.
Hoje, solto-os à luz, neles não se extinga a Vida
Pinto de verde, com insistência o passado,
Para que algures, encontrem a cor perdida.
Ou, quem sabe, me tragam algum recado.