Domingo, 29 de Agosto, 2010

 

CANSEI!

 

Hei-de suster-me este fogo

Aqui dentro onde se instaura o vazio

E eu ao espelho me interrogo

Onde ficou o teu brio?

Não avanço nem mais um passo

Nem que a vontade suplique

Dentro de mim já não espaço

Para a dor...pois assim fique!

 

Meu coração é já casa vazia

Onde reina silêncio e o sol não entra

Falta a luz dia após dia

E num ou noutro qualquer dia!?

Meu rosto felicidade ainda aparenta.

 

É o rosto que guarda ainda o fogo

Como se a dor não lhe fizésse doer

Ao espelho volto, e me interrogo

Porquê?!

Triste a noite e este meu anoitecer?

 

Deixo-me regressar àquele sono

Àquela apatia desbotada dos meus dias

Interrogo de novo o porquê deste abandono

E é ele que me responde:

Porquê recusas o que há tanto sabias?!

 

Cansei!

 

rosafogo

 

 

 

 

 


Quinta-feira, 26 de Agosto, 2010

 

NO FUNDO DO TEMPO

Meus poemas são música que ninguém tocou
São débeis sóis de esperança de criança curiosa
São pedrinhas atiradas ao charco que a ninguém molhou
Porque me queixo eu? De que estou ansiosa?!
Tivesse eu outra forma de criação?!
Bailarina talvez, exprimindo-me por gestos
Mas a poesia é o meu mundo o meu chão
Meus poemas são gritos, são manifestos.
Sentimentos, lamentos e esperanças, neste chão verde
A mão que dou, a palavra que deixo o que recebo e me afaga
São água fresca onde mato a minha sede,
Uma força maior que ninguém silencia, nem apaga.
Estão prenhes de utopia por isso me chamam louca
Um dia virá, eles serão o grito, a força da minha voz já rouca.

Calo-me agora, quando o fim está p'ra chegar
Não resta nada, trago os dias cansados
E o medo espreita no fundo do meu olhar.
Cerro memórias que são já frutos frutificados.
Falei do passado acreditei no presente
O futuro calarei, fátuo fogo em que me apago
A vida não passou dum jogo, correu apressadamente
É bola de fogo, alegria efémera é dor que trago.
Meus poemas, são minha existência a escurecer
Numa solidão onde mais nada há a dizer.
Fico tolhida no fundo do tempo a esquecer
Quanto tempo a Vida me tira, sem eu o querer.

rosafogo

publicado por rosafogo às 19:02

Domingo, 22 de Agosto, 2010

COM DEUS

 

Erigi no coração um monumento

Onde tudo guardo com tamanha doçura

Onde conduzo com gosto o pensamento

E onde pouso o olhar com ternura.

E como tudo é infinitamente pequeno

Perante os sentimentos que nele guardo

Tenho a fé redobrada e o espírito sereno

Ainda que o Mundo fique cinzento pardo.

 

Ainda que na vida surja dificuldade

E o caminho me pareça estreito

Sigo levando comigo a saudade

Neste período da vida sigo a direito

Sempre com renovada vontade

E é assim que escrevo no presente

Que de bem estar estou fartamente.

 

A melancolia?! Essa faz parte da vida!

Empenhada às vezes, teimosa, na sua tentativa

E nos lábios se encontra ou se perde um sorriso

Que o tempo avaramente devora

Mas só de paz eu preciso

E de Deus comigo a toda a hora.

 

rosafogo

publicado por rosafogo às 17:36

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