Hoje começei a ler Júlio Dinis e então a certa altura diz ele que naquele ano de 1866,
Portugal era uma Nação acanhada,na grande Europa ,onde éramos recebidos por obséquio.
E agora passados tantos anos, mais de um século será que não está tudo igual?Digo eu!
Há pelo menos uma coisa para melhor, que é haver bem menos analfabetismo.
Júlio Dinis, preocupou-se em escrever simples, para que os menos letrados entendessem
as suas mensagens, por acaso não é preocupação de alguns escritores do nosso tempo.
Sem bússola
No tempo já meu rosto perdido!
É um tapete gasto pelos passos
Vazio o olhar, vago, esquecido!
Estampa desbotada de que restam traços.
O corpo dispo, deixo na cadeira!
Dispo a alma, deixo-a ausentar!
Caminho e a Vida é já canseira
Sem bússola, onde é meu lugar?!
Meu amor é sonho parado na fronteira
É Sol que se nega a entrar pela janela!
Meus desejos envoltos em auréola de poeira
Meu corpo despido, é barco à deriva sem vela.
Mas , resta ainda uma nesga azul do Céu
Restam palavras de força e solidão a dobrar!
Resta a esperança que firme ainda não morreu
E meu rosto há-de sorrir e não apenas chorar.