O tempo não pára e atropela tudo quanto nos é querido.Agora que a Vida já vai a jusante, recordar o nosso rio desde a nascente é bom, apesar de termos que lembrar também
dos episódios menos felizes.Eu sou muito feliz quando volto às raízes, quando me encontro
com os rapazes e raparigas, companheiros dos meus verdes anos. Regresso sempre na esperança de voltar a vê-los e de festejar com eles mais um ano de vida.
Hoje talvez fosse a saudade que trouxe consigo esta poesia
E o tempo acenando
O tempo perde-se, a vida pouco dura!
Mas a Vida assenta no tempo que resta
Na memória, lembranças plenas de ternura
No final deste trilho, nem todo ele de festa.
Das coisas partilhadas
Dos passos que juntos demos
Houve choros, também gargalhadas!
Tempo ganho, tempo perdido
Fomos à fonte bebemos!
Do real, irreal, desmedido
Amámos, perdoámos e tudo o tempo levou!
Num recondito da memória ainda sentida
Rasgaram-se feridas e tudo o tempo sarou!
Mas agora acenando não retarda a partida.