Domingo, 05 de Abril, 2009

 

Hoje estou a despedir-me das minhas flores, fico na esperança de as encontrar viçosas quando regressar de novo daqui a três semanas. Deixo-as lindas e vou triste, espero que a rega não avarie e não as deixe morrer.Bate-lhes levemente a aragem do vento que hoje é

quase quieto e o leve movimento que lhes provoca, eu imagino que será a sua maneira também de se despedirem de mim. Ao meu lado  tenho o meu gato  Jimmy que não desiste de apanhar os pobres dos gafanhotos para me oferecer, depositando- os aos meus pés, o que me provoca um grandessísimo susto.

 

Espantalho

 

Trai-me o tempo

Velha história!

Trai-me o tempo e a memória!

Espantalho! De mim se afugenta a Vida

Estou num beco sem saída!

Olho e à minha volta

Andam nuvens ilusórias

Folhas mirradas voando

E eu espantada, perdida, solta

Histórias, inventando.

Na seara, já lá no fim

Sou espantalho de afugentar

Já fujo também de mim.

E para aqui fico solitária a olhar!?

Chapéu negro, lenço ao pescoço

Vozes de quem? Só eu ouço!

Casaca de remendos às cores

Garridas, a condizer com as flores!

Pregadas com martelo e prego

As flores que tenho ao peito

Entristecidas, não nego

Regadas com lágrimas,neste meu jeito!

 

Onde está o Sol luminoso?!

O outro?O do tempo verdadeiro?!

Ser espantalho é custoso!

Mas assim sou a tempo inteiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por rosafogo às 14:03

Natália

Espero que as tuas flores, apesar da saudade, se firmem no vento e no sustento da terra, para mais viçosas ainda, festejarem o teu regresso! Boa Páscoa, que tragas da aldeia toda a energia que fores capaz de agarrar!

Desse espantalho colorido
Perdido de amores pelo vento
Sou um pássaro foragido
Voando, buscando sustento
Ás vezes sorrimos de tristeza
Num momento mais ruim
Todas as vidas têm beleza
E somos felizes assim...!!!

Um beijo





Utopia das Palavras a 5 de Abril de 2009 às 21:28

Obrigado
Minha Flor

Estou feliz, porque vieste
Ao meu chão deixar teu pão
O tempo que era agreste
Acalmou e com ele meu coração

Boa Páscoa também para ti, eu estarei na Polónia, vou levar saudades, mas volto logo na semana segunte

Uma boa semana
E Um grande beijinho
rosafogo a 5 de Abril de 2009 às 21:59

Uma linda poesia!
O espantalho que descreve é muito real e bonito, mas seguramente não guarda a seara da sua vida. A Natália, com tanta energia e força de viver em nada me lembra essa figura morta e parada no tempo…

Duma seara cuidando,
Espantalho colorido!
Ao vento, vais acenando,
Num caminhar sem sentido.
Sem nunca arredar os pés,
Sempre no mesmo lugar,
Parecendo o que não és,
Numa missão de enganar.

beijinhos
Maria de Jesus a 6 de Abril de 2009 às 00:05

Olá Maria de Jesus

Se não fosse essa força? Como seria!

Sou aquele espantalho,
que a mim própria quero enganar
Sempre desejosa do tempo poder parar!
Espantalho de dias enrodilhados
São eles que me fazem assim sentir
Da minha seara os cuidados
Que não deixam de me consumir.

É o querer tudo abarcar
É o não saber como se faz - o faz de conta.

Um beijinho
boa semana
rosafogo a 6 de Abril de 2009 às 00:36

Mas que bonita maneira de se despedir das suas flores!!!!

Adorei o que li, os espantalhos dão sem duvida uma certa beleza aos jardins, parabens pela sua maneira de ver as coisas boas que mta gente não vê.


Abraço
*FreeStyle* a 6 de Abril de 2009 às 07:53

Olá Free

Tudo bem contigo?
E o que é um amigo?!
Senão um jardim?
Eu penso assim!

Se eu gosto tanto de flores, assim os meus amigos e sua amizade são para mim também um jardim florido.
Porque estes amigos ganhei-os com a energia da palavra, não me conhecendo, estão sempre disponíveis para me
oferecerem a sua.
Obrigado e um grande abraço

rosafogo a 6 de Abril de 2009 às 11:39

Olá minha amiga
Gostei muito deste teu poema, tem muita doçura nas palavras.

Espantalho, não para espantar mas sim para cuidar!

Felicidades
MBeirão a 7 de Abril de 2009 às 21:48

Olá Miguel

Estou feliz por teres passado, obrigado pelas tuas palavras que também são sinónimo de amizade, porque as escreveste com verdade.
Hoje passei no teu blog, e achei boa a escolha do teu poema, há uma esperança que renasce e nos faz sair da nossa apatia.

Um abraço
Boa Páscoa
rosafogo a 7 de Abril de 2009 às 22:06

Não deixemos que o tempo nos traia e a melhor forma para o fazer é ter consciência de que não é eterno, que passa por nós e que não espera por nós. Vamos agarrá-lo, agarrar os espantalhos da nossa vida e em vez de fugir, sentemo-nos à mesa com eles, bebendo um relaxante e quente chá de cidreira!

Beijinhos,

Rita Torrão
teladosentir a 7 de Abril de 2009 às 22:38

Fiquei de sorriso no rosto, de facto começo a achar que é melhor conviver com o inimigo e dar-lhe o tal cházinho para o acalmar. É certo, diz bem, há que aproveitar e se soubésse como a mim me parece escasso.

Ritinha, as suas palavras é que são sempre um chá de cidreira, bem-haja !

Um grande, grande beijinho

Deixou-me bem disposta
e com saudades dos belos e interessantes passeios( mas ainda havemos de dar muitos se Deus quiser), amanhã não vou porque quinta de madrugada parto para a Polónia, e seria muita coisa junta aqui para o parceiro, mas quando regressar
vamos os dois logo no primeiro que houver.



rosafogo a 7 de Abril de 2009 às 23:06

Adorei a forma como te despediste das tuas flores, elas vão ficar viçosas e esperando por ti. Boa Páscoa.
TiBéu ( Isa) a 8 de Abril de 2009 às 15:23

Olá Tibéu

Sabes eu adoro flores, e sinto sempre saudades quando tenho que regressar á cidade e as deixo sózinhas.
Fiquei surpreendida com a tua visita, agradável diga-se, ganhar mais uma amizade virtual é bom. Obrigada.

beijo
rosafogo a 8 de Abril de 2009 às 15:58

Desejo-te também uma Boa Páscoa, com muitas amêndoas. Esqueci no comentário anterior, desculpa.
Eu vou até á Polónia mas volto na semana seguinte

Beijinho
rosafogo a 8 de Abril de 2009 às 16:03


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