Quinta-feira, 11 de Junho, 2009

 

 

 

 

 

 

 

 

LEMBRO AOS AMIGOS

 

No post anterior poderão observar o meu trabalho sobre a Aldeia da Minha Vida, com o qual concorri.

 

Como podem votar, no texto qua acharem melhor:

 

O Site: http://aldeiadaminhavida.blogspot.com, e o regulamento para votação já iniciou e decorre até ao dia 28 deste mês.

 

Só contabilizam os votos com a seguinte frase:

 

Eu voto no texto (....) da autoria de (....) assinado (identificação do votante: nome do blog ou

e-mail).

 

Eu Natalia Canais Nuno, concorri com o texto chamado LAPAS, que é o nome da minha

aldeia, se nele quiser votar - é só CLIKAR e VOTAR.

 

Natalia Canais Nuno

Orquideanegra.blogs.sapo.pt

 

 

 

 

 

Esta é a Igreja da Sª da GRAÇA onde fui baptizada e onde casei, em Dezembro de 1966. Situada do lado esquerdo ficava a escola que frequentei, até á quarta classe, neste adro, brinquei e tive uma infância feliz, nele assisti ás festas de Agosto, onde havia sempre uma procissão com a Sª da Vitória, a banda da aldeia e também as raparigas desfilando, com as fogaças á cabeça cuja venda depois revertia a favor da paróquia. Á noite havia, foguetes e banda a tocar. O povo, era vê-lo feliz, esquecendo o pouco que tinham, a falta de liberdade em que viviam e o analfabetismo de que eram vítimas. Mas relembro que o Sol tinha mais brilho, a cadência do bater da chuva nas vidraças era melódica,o rio tinha peixe, os pássaros eram felizes debicando a fruta madura das hortas,

e as crianças viviam despreocupadas, apesar da pobreza. Pés descalços no Verão e Inverno, o frio se aguentava com a roupa de Verão, e a comida?!

Bem essa, se me lembro bem, um pouco de azeite e açucar no pão remediava a falta de manteiga de que nenhum de nós ouvira falar, e era depois a sopa geralmente de feijão e ao deitar uma tijela de café de mistura ou cevada feito na cafeteira ao lume das brasas, com pão de milho (a chamada broa )esfarelada ,dentro do mesmo. Comia-se rápidamente para encontrar no fundo da tijela um pouquinho de açucar, que era o nosso regalo. E lá íamos quentes para a cama, de colchão de palha de milho e cobertor de papa, quem o tinha claro.... tomávamos banho no rio de águas claras, onde lavávamos também a roupa. Á tarde lembro-me do sino tocar as Avé-Marias, e também me recordo da minha avó saber as horas pela sombra que o Sol provocava na parede da casa. Á noitinha como não tínhamos rádio e a televisão nem se sonhava, sentávamo-nos á porta ao fresco, a criançada atrás dos pirilampos e os adultos simplesmente descansando das canseiras, do cavar, do ceifar, do malhar, joeirar, regar, etc. Existia a confiança na palavra, as fazendas, passavam de  um para outro dono só com a palavra não existia a necessidade da escritura.Bem vistas as coisas me parece que as pessoas tinham valores morais  ou sentimentos, que caíram em desuso. Estas palavras,

tantas vezes ditas aos meus netos e tantas vezes estes factos me vêm á memória,mas mesmo assim, não me canso de os recordar.

Não tenho muito jeito para prosear, mas isto é apenas um recordar, ao jeito dum desabafo que o coração solta.Sou de natureza emocional, solto uma lágrima só de ver o sol-pôr, ou um ribeirinho a correr, pouco mais preciso para ser feliz, apenas ter saúde e poder contar com a amizade dos verdadeiros amigos.

 

 

 

 

 

 As florinhas brancas deste simpático raminho foram um mimo do não menos simpático amigo do Blog Planeta do Sol.

 

 

sinto-me: Saudosa
publicado por rosafogo às 19:11

Amiga Natália!
Obrigada pela visita, pelo comentário deixado e, também, pelo carinho. A sua visita é um incentivo para continuar. Um grande abraço. António
antheos a 11 de Junho de 2009 às 21:25

Estimado amigo

Eu é que tenho que lhe agradecer, os bons momentos de leitura de boa poesia, que tantas vezes me proporciona.
O Blog do amigo é próspero de óptima poesia ,e eu adoro visitá-lo sempre que posso, e recomendo aos meus amigos.

Um abraço e o meu agradecimento pela visita simpática

Natalia
rosafogo a 11 de Junho de 2009 às 23:48

Amiga Natália:

Está bonita de humilde a descrição da igreja da sua aldeia e da própria aldeia e sua vida de então, dos tempos da sua infância, em que o povo em geral era simples, humilde e pobre, mas em paz e com respeito pelas pessoas e pelos costumes, em que a moral valia mais que as leis, como a Natália diz por outras palavras. Talvez, pelo menos em parte, comparando com os tempos actuais, em que quase toda a gente, ou grande parte das pessoas, tem um comportamento ostensivo, pretensioso, pouco sensível, parecendo que todos somos ricos e que não precisamos uns dos outros ou que não temos de nos respeitar, talvez em parte por isso, por esse choque, a Natália, bem como tantas outras pessoas, entre as quais me incluo, sinta ou tenha tanta tendência para a tristeza, para a emoção, para o receio de inadaptação ou insegurança no que se propõe fazer. É o problema da radical mudança, ou quase, operada realmente devido ao choque de civilizações tão diferentes, desses anos da década de quarenta e de cinquenta comparados com os de agora. Eu também passei, e passo ainda, por isso e sinto também tristeza e angústia por tais diferenças civilizacionais, também sinto saudades desses meus tempos de criança e adolescência desses anos de quarenta e cinquenta, num meio também pequeno, interior, com o povo em geral pobre, com toda a gente a respeitar-se ...
Mas, amiga Natália, a vida é isto, de bom e de mau, que nós, infelizmente a respeito do que está pior, temos de aceitar e seguir em frente, nem que seja desabafando nos nossos poemas lavrados no papel, com emoções ou lágrimas contidas ou não, mas que não vale a pena verter, temos é de ter amigos, além dos poemas, com quem conversar, se possível que nos compreendam e ajudem.
De novo, o seu texto é de expressão humilde e sensibilizante, cativante, expressivo de saudades da infância, e por isso os meus parabéns.
Faça por viver com coragem, coragem simples e sadia, Natália, porque tem valor. Tente melhorar um pouco em cada dia, se possível.

Um beijinho, Natália.
Mírtilo



Mírtilo MR a 13 de Junho de 2009 às 16:19

É com a mesma simplicidade, que venho agradecer as palavras pelo amigo aqui deixadas e que me fizeram um bem
que não tenho palavras para descrever.São uma força de que estava a necessitar, porque de quando em quando
perco toda a vontade inclusivé de ler e escrever.É bom sentir que alguém que tão bem escreve, compreende e incentiva
alguém que como eu, não tem a mesma capacidade de expressão A minha grande admiração pelo amigo e a minha gratidão pelas palavras de apoio, que li e reli e que virei lê-las sempre que me surja a tal inquietação .

Um abraço de amizade
Natalia


rosafogo a 14 de Junho de 2009 às 00:26


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