FALO DE COISAS SIMPLES
Minha memória é livre
Recordar depende dela não de mim
E é nesta liberdade
Que despertam recordações sem fim.
Surgem sempre trazendo saudade
Repetem-se sem aviso,
até à exaustão.
E sempre que é preciso
Surge lembrança que parecia enterrada,
na raiva dum grito, calada.
E é maior a solidão!
Um rumor já ouvido
Um odor já respirado
E nem o coração ouve o pedido
Do meu espírito cansado.
Trepa o sol pela parede
Sonho eu com a idade dourada
Assim mato minha sede
A dormir ou acordada.
Falo de coisas simples...
Das aves que sempre regressam do mar
Trago os olhos cheios de poesia
E nesta noite escura sem luar!?
Ergo a voz a um novo dia.
Falo das rãs que coaxam canções de amor
Dos pássaros soltando trinados
E se a lembrança me causa dor?!
Ficam meus sonhos desarvorados.
Vivo ao sabor da corrente
Já não me imponho à maré
Nascida dum pobre ventre
Dele mesmo trouxe fé.
Sou flor da maresia
Meu nome é rosmaninho
Cresço de noite e de dia
Meu destino é este caminho.
rosafogo
publicado por rosafogo às 17:11
Olá Rosa:
Bonito poema.
Bom vê-la novamente inspirada.
As viagens têm corrido bem?
Marta M
Marta M a 18 de Setembro de 2010 às 22:11
Olá Martinha obrigada por vires ler, tenho andado um pouco afastada,
porque o tempo não é muito e o Lusopoemas me levava o tempo todo, agora
resolvi descanssar um pouco.
Adorei encontrar palavras tuas, obrigada por não me esqueceres.
Beijinhos.
rosafogo a 3 de Outubro de 2010 às 15:20
Querida Nat,
A grandeza das coisas simples, que nunca morrem na memória e menos ainda no coração. E já não são saudades, não! São fios invisiveis que nos prendem intensa e desmesuradamente o espírito e a razão!
Belo é, no mínimo, o apelido... Que nome lhe darei? Não tenho palavras!
Obrigado por mais este "voo" para lá do nunca. Chegaram-me os odores fortes das coisas que amamamos e ficam sempre longe demais.
Beijo.
PC
Obrigada PC é bom encontrar palavras amigas.
Tento estar em todo o lado mas é complicado, no entanto também gosto de postar aqui, vou ver se consigo com mais frequência.
Este poema é a saudade a falar mais alto como sempre, obrigada pelo apreço.
beijo da
natalia
rosafogo a 3 de Outubro de 2010 às 15:23
Sentir-te por aqui é uma alegria imensa!
Depois ao ler-te, fica minha alma entrelaçada na ternura de uma saudade que sempre referes na poesia e na sensação de ter asas (sempre que te leio)!
Tão simples é a poesia...sentida! Grata!
Um beijo
Para mim também foi uma alegria encontrar-te Ausenda, obrigada por me
deixares uma palavrinha amiga, tenho saudades tuas também, e de ler tua
poesia, pois tenho andado um pouco afastada confesso, aquele Luso levava-me o tempo todo, mas agora resolvi fazer um interregno, pois cansei.
Minha querida amiga, um beijinho grande.
rosafogo (natalia)
rosafogo a 3 de Outubro de 2010 às 15:27
Olá, Natália! Há séculos que nos não encontrávamos por aí! O teu blog está com um belo visual e tu estás lindamente na fotografia. Coisas simples... e muito bonitas!
Abraço grande!
Há séculos dizes bem MªJoão, bem que eu gostaria qu o tempo desse para mais, pelo menos para aquilo em que me meto, mas não sou como tu organizada, e me perco. Mas te agradeço minha inesquecível amiga, o teres vindo por aqui, obrigado és uma querida.
beijinhos
rosafogo a 3 de Outubro de 2010 às 15:29
Também me perco imenso, Natália. Não penses que és só tu... e não sou mesmo nada organizada, sabes? Devias ver-me a escrever... perco sonetos, às vezes, minutos depois de os escrever... outras, esqueço-me de os guardar e lá vão eles...
Abraço gde!
É assim Mªa João, dispersei-me e agora é tão difícil estar em todo o lado,
mas ganho raízes que é como quem diz amigos e me custa deixá-los, então
vou andando um pouquinho em todo o lado, nem queiras saber quantas páginas, quantos sites, acho que se mais houvesse lá estaria a rosafogo,
a rosabrava, a natalia nuno, etc. Obrigada Maria João pelo carinho e amizade, também gosto muito de ti.
beijinho.
rosafogo a 6 de Outubro de 2010 às 00:12
Acontece-me exactamente o mesmo, Natália! Depois de visitar um site, ficamos sempre um bocadinho presas a ele e, depois, desesperamos porque queremos estar em toda a parte ao mesmo tempo... e claro que não conseguimos! Eu, hoje, nem soneto tenho... estou com cólicas e a inspiração parece mesmo incompatível com elas :)) Pode ser que ainda nasça algum, mas duvido...
Beijinhos!
Parabens pelo post. Falar de coisas simples por vezes não é nada simples.
Olá!
Vim apenas fazer um teste, para ver se conseguia publicar comentários.
Parece que resulta.
Beijo.
PC
Queria amiga Poetisa Rosafogo,
Que das coisas simples nasçam as melhores poesias. As melhores mensagens de luz e esperança. Que as palavras sigam ao vento levando aos quatro ventos a melhor poesia.
Com muita honra e alegria postarei a indicação de seu blogger,
Abraços poéticos,
Armando [Aquino] Luso Poemas