Na aldeia, que mais se pode fazer?! Ler, ouvir música, tratar do jardim depois do sol~pôr,
e dar uma voltinha já quase ao anoitecer, para apanhar o fresco da noite. Nesta aldeia, passa um rio de nome Sorraia, um rio de leito largo, margens cheias de curvas, onde
crescem imensos salgueiros, e outras espécies de vegetação mimosa verdejante, que
apetece olhar, nela pousam as garças, as galinholas de água, cegonhas e mais que eu
santa ignorãncia, não sei os nomes. Depois há também os grilos e as cigarras, que com o
calor enchem de melodia as margens e os campos em volta. E assim passam os dias
e por aqui ando.
O poema que hoje deixo, fi-lo, duvidando se haveria de postar ou não, porque embora o tenha feito sentidamente, acho-o um pouco pobre... mas vou arriscar, me dirão os amigos o que acham.
Empurro a noite
Às vezes me encho de raiva
Fico inventando um pouco de felicidade
Quero que o Mundo saiba
Que sou criança!? Só confundi a idade.
Solto meus anjos e demónios
Esqueço as insignificãncias da Vida
Meus risos são infinitos!
Meus choros?! Esses malditos!
A Vida é coisa esquecida
No meio das coisas perdidas.
Mas não me dou por vencida.
Empurro a noite, levo-a à minha frente
Já me perco um pouco da realidade
Esqueço o passado e até o presente.
Conservo só o sabor da saudade.
Criança sim sou!
Ou esqueci a idade?!
Lembro agora, só sombra estou.
Encontrei minha verdade.