Quinta-feira, 26 de Agosto, 2010

 

NO FUNDO DO TEMPO

Meus poemas são música que ninguém tocou
São débeis sóis de esperança de criança curiosa
São pedrinhas atiradas ao charco que a ninguém molhou
Porque me queixo eu? De que estou ansiosa?!
Tivesse eu outra forma de criação?!
Bailarina talvez, exprimindo-me por gestos
Mas a poesia é o meu mundo o meu chão
Meus poemas são gritos, são manifestos.
Sentimentos, lamentos e esperanças, neste chão verde
A mão que dou, a palavra que deixo o que recebo e me afaga
São água fresca onde mato a minha sede,
Uma força maior que ninguém silencia, nem apaga.
Estão prenhes de utopia por isso me chamam louca
Um dia virá, eles serão o grito, a força da minha voz já rouca.

Calo-me agora, quando o fim está p'ra chegar
Não resta nada, trago os dias cansados
E o medo espreita no fundo do meu olhar.
Cerro memórias que são já frutos frutificados.
Falei do passado acreditei no presente
O futuro calarei, fátuo fogo em que me apago
A vida não passou dum jogo, correu apressadamente
É bola de fogo, alegria efémera é dor que trago.
Meus poemas, são minha existência a escurecer
Numa solidão onde mais nada há a dizer.
Fico tolhida no fundo do tempo a esquecer
Quanto tempo a Vida me tira, sem eu o querer.

rosafogo

publicado por rosafogo às 19:02

Domingo, 25 de Outubro, 2009

.

 

 Este prémio foi me oferecido pela Poeta Maria João do blog

PoetaporkeKeusKuer, que me é muito querida

 

 

E o outro igualmente belo foi-me oferecido pelo meu amigo

Carlos Alberto do BLOG - Umbreveolhar também um amigo

de longa data que eu gosto muito.

 

 

 

Hoje lá consegui fazer o slide e tudo o resto sem ajuda,

foi um pouco difícil, dada a rapidez com que me ensinam, mas há sempre uma primeira vez para tudo.Esta viagem que fiz há uns meses atrás foi rica em fotografias e tirei tantas que até é difícil

escolher então continuei com pormenores que neste cidade, não acabam, há coisas lindas para

fotografar.

Como não consigo resolver este problema do slide nem sequer tirar a música, tem que ficar por enquanto assim, peço desculpa.

 

 

Roseiral sem rosas

 

Não mais voltarão os sonhos

Nem os laços de mil cores ao meu cabelo

Não mais os dias de criança risonhos

Nem raio de luz ao olhar. Acabei por perdê-lo!

Quem inventará para mim bonecas de trapo para vestir?

Ou rebuçados de limão para desembrulhar?!

De limão sim, matavam a sede de sentir!

Já que eu tinha era sede de amar!

 

Onde está a menina que à  chuva se molhava? 

E os jogos de cabra cega, ou à apanhada?!

Livre criança correndo atrás do arco...

Ou chapinhando na lama do charco.

Livre, e leve como seu vestido de algodão,

Quer fosse frio Inverno, ou quente Verão.

 

A memória cava cada dia mais dentro de mim!

Ergue-se uma cortina de escuridão.

Como meu rosto endureceu, o sorriso perdeu!

Hoje sou Primavera sem mimosas,

Roseiral sem rosas,

Que o tempo esqueceu.

E surge uma vontade de estar só!

Reunir todos os meus pertences,

Bem atados num nó.

Seguir por uma floresta de árvores ,

p'lo tempo enegrecidas

Porque hoje sou menina sem mãe

De olhos vazios de lágrimas ,

E de imagens já tremidas.

 

publicado por rosafogo às 20:21

Sexta-feira, 01 de Maio, 2009

 

 

Onde encontrarmos uma rosa, onde ouvirmos um canto melodioso, aí encontraremos uma grata recordação da Juventude e nos sentimos jovens outra vez.

 

Alguém escreveu, e eu li por aí, mas ficou-me na memória, e é assim que acontece, quando se tem consciência do caminho percorrido, mesmo nem sempre  sendo bom,  alegra-nos lembrar a juventude, o sonho do primeiro amor e outras coisas que só acontecem nesse tempo tão precioso e generoso.

Eu geralmente falo muito sobre a saudade, sobre a infância, a aldeia, dos sinais que o tempo nos vai trazendo, daquilo que fomos e na transformação que também o tempo se encarregou de fazer . É no fundo uma angústia que me causa alguma intranquilidade , mas ao mesmo tempo é gostoso,  faz- me  bem á alma, e recordar é realmente como olhar uma rosa, ouvir algo melodioso...E como sou  ainda muito ousada, deixo aqui mais um poema feito a sonhar,  aqui entre as minhas flores, que ouvem os meus desabafos e me enchem de mimos, com a sua alegria e vida.

 

 

Hoje

 

 

Hoje flutuei sobre mares e marés

Vim de longe, vim andando

Atravessei prados de lés a lés

E tal como criança cheguei cantando.

O tempo não me assustou, coragem me deu

Este tempo de mim se apiedou

E me trouxe á memória todo o passado meu

Comigo atrás , lá bem  atrás voltou!

 

Tardes mornas, lembrando amores, tempo saudoso

Á memória me chegou o eco da voz da mãe

E o seu  sorriso e olhar luminoso

Voltou a mim a criança pura também.

Voltei ao tempo da pele macia e perfumada.

Hoje o tempo, deixou-me a alma agasalhada

 

Há dias de inexplicável alegria!

Alegrias que surgem em migalhas pequenas

Como este meu sonhar todo ele utopia!

Onde a força e a ousadia se juntam serenas

Fico neste aconchego nem que seja breve o momento

Pétalas de flores que são saudades plenas

Hoje florescem no meu pensamento.

 

 

sinto-me: Sonhando
publicado por rosafogo às 21:27

Domingo, 22 de Março, 2009

 

Hoje , não tinha destinado postar o que quer que fosse, mas como o serão é longo, sempre  resolvi fazê-lo,  também  porque a minha necessidade de escrever um pouco... é (muita).

Ás vezes é bom andar sem destino, caminhar um bocadinho só com as nossas lembranças

a puxar pela memória, sinto-me bem quando a isso me disponho.Ficam os pensamentos leves, não ligo ao que as pernas ás vezes reclamam e volto a sentir-me mais jovem.

Assim não consigo refrear este impulso e vou voltar lá atrás no tempo.

 

É bom sonhar

 

Deixo rolar uma lágrima sobre o papel

Manchando o sonho que descrevia

Lágrima gotejando sobre a minha pele

Sonho que deixei para tráz um dia!

 

Hoje ao abrigo dos meus sentimentos

Escrevo levemente numa folha de rosa

Deixo minha mão ser levada p'los ventos

E escrevo sobre a minha meninice gostosa.

 

Esqueço o tempo. Dele perco a noção!

Fico lá, alegre, brincando ás escondidas

E vou saltar á corda ligeira, com emoção

E na mão, tenho as malhas preferidas.

 

Agora, brinco de mãos dadas na roda

Soquetes brancos, coração explodindo

Livre como pássaro, nada me incomóda

Quero ficar, deixem-me, estou pedindo.

 

 

Ficar neste tempo, ameno, transparente

Sonhar, poder de pés descalços  andar

Que felicidade a deste dez reis de gente!

Princesa, só com a aldeia p'ra morar.

 

 

 

 

 

 

 

sinto-me: O Sol
publicado por rosafogo às 21:03

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