Quinta-feira, 26 de Agosto, 2010

 

NO FUNDO DO TEMPO

Meus poemas são música que ninguém tocou
São débeis sóis de esperança de criança curiosa
São pedrinhas atiradas ao charco que a ninguém molhou
Porque me queixo eu? De que estou ansiosa?!
Tivesse eu outra forma de criação?!
Bailarina talvez, exprimindo-me por gestos
Mas a poesia é o meu mundo o meu chão
Meus poemas são gritos, são manifestos.
Sentimentos, lamentos e esperanças, neste chão verde
A mão que dou, a palavra que deixo o que recebo e me afaga
São água fresca onde mato a minha sede,
Uma força maior que ninguém silencia, nem apaga.
Estão prenhes de utopia por isso me chamam louca
Um dia virá, eles serão o grito, a força da minha voz já rouca.

Calo-me agora, quando o fim está p'ra chegar
Não resta nada, trago os dias cansados
E o medo espreita no fundo do meu olhar.
Cerro memórias que são já frutos frutificados.
Falei do passado acreditei no presente
O futuro calarei, fátuo fogo em que me apago
A vida não passou dum jogo, correu apressadamente
É bola de fogo, alegria efémera é dor que trago.
Meus poemas, são minha existência a escurecer
Numa solidão onde mais nada há a dizer.
Fico tolhida no fundo do tempo a esquecer
Quanto tempo a Vida me tira, sem eu o querer.

rosafogo

publicado por rosafogo às 19:02

Sexta-feira, 01 de Maio, 2009

 

 

Onde encontrarmos uma rosa, onde ouvirmos um canto melodioso, aí encontraremos uma grata recordação da Juventude e nos sentimos jovens outra vez.

 

Alguém escreveu, e eu li por aí, mas ficou-me na memória, e é assim que acontece, quando se tem consciência do caminho percorrido, mesmo nem sempre  sendo bom,  alegra-nos lembrar a juventude, o sonho do primeiro amor e outras coisas que só acontecem nesse tempo tão precioso e generoso.

Eu geralmente falo muito sobre a saudade, sobre a infância, a aldeia, dos sinais que o tempo nos vai trazendo, daquilo que fomos e na transformação que também o tempo se encarregou de fazer . É no fundo uma angústia que me causa alguma intranquilidade , mas ao mesmo tempo é gostoso,  faz- me  bem á alma, e recordar é realmente como olhar uma rosa, ouvir algo melodioso...E como sou  ainda muito ousada, deixo aqui mais um poema feito a sonhar,  aqui entre as minhas flores, que ouvem os meus desabafos e me enchem de mimos, com a sua alegria e vida.

 

 

Hoje

 

 

Hoje flutuei sobre mares e marés

Vim de longe, vim andando

Atravessei prados de lés a lés

E tal como criança cheguei cantando.

O tempo não me assustou, coragem me deu

Este tempo de mim se apiedou

E me trouxe á memória todo o passado meu

Comigo atrás , lá bem  atrás voltou!

 

Tardes mornas, lembrando amores, tempo saudoso

Á memória me chegou o eco da voz da mãe

E o seu  sorriso e olhar luminoso

Voltou a mim a criança pura também.

Voltei ao tempo da pele macia e perfumada.

Hoje o tempo, deixou-me a alma agasalhada

 

Há dias de inexplicável alegria!

Alegrias que surgem em migalhas pequenas

Como este meu sonhar todo ele utopia!

Onde a força e a ousadia se juntam serenas

Fico neste aconchego nem que seja breve o momento

Pétalas de flores que são saudades plenas

Hoje florescem no meu pensamento.

 

 

sinto-me: Sonhando
publicado por rosafogo às 21:27

Sexta-feira, 24 de Abril, 2009

Estes cravos me foram oferecidos pelo meu amigo FISGA, para ele vai o meu agradecimento25 ABRIL 2009

Nesta aldeia, onde hoje me encontro, rodeada das minhas flores seria muito do meu agrado falar-vos delas. Elas que são livres de crescer, florir,e morrer no seu pedaço pois nunca tenho coragem de apanhar uma sequer. Mas hoje as flores não são do jardim,  não nasceram em berço de ouro, nasceram sim no campo onde sofreram  as agruras do tempo, desse tempo da ditadura, resistiram á miséria, ao analfabetismo de boca calada e olhos

vendados.As mulheres daqui, do Couço e de Sta Justa  foram mulheres de luta, foram feitas prisioneiras pelos algozes da pide e torturadas, talvez por isso hoje sejam mulheres tristes, reservadas a quem a liberdade nada trouxe de novo.

Mas valeu a sua força! O Mundo as desconhece, mas elas lutaram por um ideal e foram mulheres de antes quebrar que torcer.

Este poema dedico a todos os que sofreram na pele o preço da Liberdade.

 

 

 

 

ABRIL

 

Há silêncio no meu olhar

Silêncio na minha boca!

Morreu em mim a força de gritar

E a esperança no  olhar é já bem pouca.

 

Calada, mas não muda!

Nem cega, nem surda!

O coração ás vezes chora

Mas Abril vive em mim a toda a hora!

Quero ser livre, como andorinha

No meu peito, ainda vive a chama

E na vontade que é minha

Nunca é tarde, quando por Liberdade se clama.

 

Tantas esperanças! Tantos sonhos gorados

Tantas desilusões e  tantos vôos cortados.

 

Mas de peito ao vento

Vou soltando meus ais

Com Abril no pensamento

E no coração, donde não sairá jamais!

 

No sangue que nas minhas veias corre

Será Abril! Liberdade que não morre.

 

 

 

publicado por rosafogo às 22:17

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