Sábado, 18 de Setembro, 2010

 

FALO DE COISAS SIMPLES

Minha memória é livre
Recordar depende dela não de mim
E é nesta liberdade
Que despertam recordações sem fim.
Surgem sempre trazendo saudade
Repetem-se sem aviso,
até à exaustão.
E sempre que é preciso
Surge lembrança que parecia enterrada,
na raiva dum grito, calada.
E é maior a solidão!

Um rumor já ouvido
Um odor já respirado
E nem o coração ouve o pedido
Do meu espírito cansado.

Trepa o sol pela parede
Sonho eu com a idade dourada
Assim mato minha sede
A dormir ou acordada.
Falo de coisas simples...
Das aves que sempre regressam do mar
Trago os olhos cheios de poesia
E nesta noite escura sem luar!?
Ergo a voz a um novo dia.

Falo das rãs que coaxam canções de amor
Dos pássaros soltando trinados
E se a lembrança me causa dor?!
Ficam meus sonhos desarvorados.

Vivo ao sabor da corrente
Já não me imponho à maré
Nascida dum pobre ventre
Dele mesmo trouxe fé.
Sou flor da maresia
Meu nome é rosmaninho
Cresço de noite e de dia
Meu destino é este caminho.

rosafogo


Quarta-feira, 06 de Maio, 2009

 

Na agitação do dia a dia, ainda arranjo um pedacinho de tempo para sonhar. Eu gosto de sonhar, ás vezes vejo-me voando , transportada ao tempo da Juventude, e de repente ele que me leva, me trás e apesar de saber que esses momentos não se repetirão  na minha existência, e de isso me entristecer, volto sempre a sonhar.

 

Já dizia Fernando Pessoa  que matar o Sonho é matar-nos, porque ele é o que temos de realmente nosso.

 

Como eu gostava

 

 

Como gostava de ser livre, ter asas, voar!

Igual ao pássaro que salta de ramo em ramo

Em corridas loucas esvoaçar

Ou então ser abelha tocando flores, que tanto amo!

 

Ser rola! Que arrulha enamorada!

Perder-me no meio das giestas, do alecrim

Saborear o orvalho da madrugada

Aguardar o Sol sorrir p'ra mim.

Espalhar no campo a minha melodia

Abrir asas ao vento, livre, voar

Beber água dos rios, ao cair do dia

E ao cair da noite, num ramo pousar.

 

Beleza rara, bela, ou pura ilusão?!

Vou descer á terra e ficar no meu chão.

Apesar das doces lembranças que me prendem

Como eu gostava, de ser livre como o vento

E dizer áqueles que não me entendem

Que o Sonho é flor e fruto do meu pensamento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sinto-me: sonhando
publicado por rosafogo às 21:44

Sexta-feira, 24 de Abril, 2009

Estes cravos me foram oferecidos pelo meu amigo FISGA, para ele vai o meu agradecimento25 ABRIL 2009

Nesta aldeia, onde hoje me encontro, rodeada das minhas flores seria muito do meu agrado falar-vos delas. Elas que são livres de crescer, florir,e morrer no seu pedaço pois nunca tenho coragem de apanhar uma sequer. Mas hoje as flores não são do jardim,  não nasceram em berço de ouro, nasceram sim no campo onde sofreram  as agruras do tempo, desse tempo da ditadura, resistiram á miséria, ao analfabetismo de boca calada e olhos

vendados.As mulheres daqui, do Couço e de Sta Justa  foram mulheres de luta, foram feitas prisioneiras pelos algozes da pide e torturadas, talvez por isso hoje sejam mulheres tristes, reservadas a quem a liberdade nada trouxe de novo.

Mas valeu a sua força! O Mundo as desconhece, mas elas lutaram por um ideal e foram mulheres de antes quebrar que torcer.

Este poema dedico a todos os que sofreram na pele o preço da Liberdade.

 

 

 

 

ABRIL

 

Há silêncio no meu olhar

Silêncio na minha boca!

Morreu em mim a força de gritar

E a esperança no  olhar é já bem pouca.

 

Calada, mas não muda!

Nem cega, nem surda!

O coração ás vezes chora

Mas Abril vive em mim a toda a hora!

Quero ser livre, como andorinha

No meu peito, ainda vive a chama

E na vontade que é minha

Nunca é tarde, quando por Liberdade se clama.

 

Tantas esperanças! Tantos sonhos gorados

Tantas desilusões e  tantos vôos cortados.

 

Mas de peito ao vento

Vou soltando meus ais

Com Abril no pensamento

E no coração, donde não sairá jamais!

 

No sangue que nas minhas veias corre

Será Abril! Liberdade que não morre.

 

 

 

publicado por rosafogo às 22:17

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