Segunda-feira, 24 de Agosto, 2009

 

 

Hoje um dia igual a tantos, com pouco bulício, aqui por casa um pouco de silêncio, e a esta hora só eu e os meus pensamentos.

Hoje de tanto escrever sobre quanto me custa o caminhar nesta vida, principalmente por

ver passar tão rápidamente o tempo me lembrei:

Como não tenho razão, para mim a velhice a comparo a água estagnada, inquinada que serve para quê?! Enquanto a juventude essa sim é água pura brotando da fonte bem

cristalina.

 

Hoje estou como este mar, deserto mas calmo, e vou deixar uma poesia um tanto sentida.

 

Palavra sentida

 

 

Tudo a ruir!

Como castelo de areia

E o futuro por definir

Ardendo meu sangue em cada veia.

Rasgo meus pés pelo caminho

Fico desfeita no sonho

Abutre é o tempo, nele adivinho

O meu desmoronar medonho.

 

Patéticamente, tudo em mim se agita

Nestas horas onde tropeço

Os gestos, as palavras, tudo em mim grita

Mas nada tem retorno, nem recomeço.

 

Minha palavra já se inventa

Minha carne se abre em ferida

Impensada história, saudade já lenta.

Meu percurso ignorado, palavra sentida!

 

sinto-me: serena
publicado por rosafogo às 00:32

Terça-feira, 28 de Julho, 2009

 

 

Quando era pequena, sonhava ser cantora famosa , depois com um pouco mais de

idade sonhava acabar o curso para poder ser hospedeira, naquela altura da Tap, para correr mundo.

Entretanto matriculei-me na Antonio Arroio e sonhava ser pintora, como o dinheiro não abundava depressa arranjei emprego e então queria aprender a tocar acordeão nos tempos livres. Sempre esvoaçando de sonho em sonho, escrevi ao Ministro do Exército, pois queria ser pára-quedista, mas não havia paraquedas para rapariga, aí  decidida a não me ficar pela

secretária, resolvi que havia de dar voz à leitura de documentários na TV e lá concorri, mas

havia demasiados padrinhos e eu não tinha nenhum. Não sei se esqueço de mais algum mas no meio de tudo isto há um episódio engraçado, eu que nunca tive ginástica, foi o primeiro emprego que me apareceu (Prof de Ginástica),  numa Esc Sec. em Coimbra, continuei  a enviar alguns currículos e finalmente um pouco triste , segui da minha aldeia  directamente para o Porto, onde desempenhei funções de escriturária  no H. S. João.

E assim me foram cortadas as asas, mais tarde já mulher feita, trabalhava no  Entreposto Postal Aéreo e ainda sonhava , quando na pista via os avíões partir.

 

SONHOS

 

 

Nas asas do vento meu sonho coloquei

O tempo o rasgou num sopro,  transido

Meu sonho gritou, jamais o alcançei

Esqueço se existe ou se  anda perdido

Meus olhos de chorar embaciaram

As desilusões os despojaram do seu brilhar

E os dias tristes, langorosos se tornaram,

Inertes, no pensamento ficou o sonho por despertar

 

Procuro por ele nas nuvens do horizonte

Na chuva miúda que tráz a  fresquidão

Toco uma flauta, pastoreio no monte

Espero que a brisa devolva o sonho, velha paixão.

Ai se pudesse pendurar-me numa estrela

Ou num braço da lua, bem em segredo

Esquecer o tempo, e a Vida... vivê-la!

Com um novo sonho, um recomeço sem medo.

 

Neste entardecer, aguardo o momento

Na memória uma luzinha a aquecer-me a vida

E o sonho de mansinho, talvez volte nas asas do vento

Voltará  a mim ,mas já de esperança ressequida.

A minha viagem, foi longa estou cansada

Que milagre espero ainda?

Meu espírito está calmo, mas a saudade é danada!

Soçobro ante uma  esperança que não finda.

 

 

 

 


Domingo, 22 de Março, 2009

 

Hoje , não tinha destinado postar o que quer que fosse, mas como o serão é longo, sempre  resolvi fazê-lo,  também  porque a minha necessidade de escrever um pouco... é (muita).

Ás vezes é bom andar sem destino, caminhar um bocadinho só com as nossas lembranças

a puxar pela memória, sinto-me bem quando a isso me disponho.Ficam os pensamentos leves, não ligo ao que as pernas ás vezes reclamam e volto a sentir-me mais jovem.

Assim não consigo refrear este impulso e vou voltar lá atrás no tempo.

 

É bom sonhar

 

Deixo rolar uma lágrima sobre o papel

Manchando o sonho que descrevia

Lágrima gotejando sobre a minha pele

Sonho que deixei para tráz um dia!

 

Hoje ao abrigo dos meus sentimentos

Escrevo levemente numa folha de rosa

Deixo minha mão ser levada p'los ventos

E escrevo sobre a minha meninice gostosa.

 

Esqueço o tempo. Dele perco a noção!

Fico lá, alegre, brincando ás escondidas

E vou saltar á corda ligeira, com emoção

E na mão, tenho as malhas preferidas.

 

Agora, brinco de mãos dadas na roda

Soquetes brancos, coração explodindo

Livre como pássaro, nada me incomóda

Quero ficar, deixem-me, estou pedindo.

 

 

Ficar neste tempo, ameno, transparente

Sonhar, poder de pés descalços  andar

Que felicidade a deste dez reis de gente!

Princesa, só com a aldeia p'ra morar.

 

 

 

 

 

 

 

sinto-me: O Sol
publicado por rosafogo às 21:03

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