Terça-feira, 03 de Março, 2009

 

Hoje, passei a tarde revendo umas fotografias, entre elas a do dia em que fiz a quarta classe

todas nós num grupo, só raparigas. Há tempos coloquei-as no computador, mas a sensação de revê-las tocando-lhes é diferente,  é como se desse um pulo no tempo e voltasse  ao momento em que me as passaram para as mãos pela  primeira  vez .A  minha

mente assim como o meu olhar sentem isso mesmo. Agora quando nos juntamos todas já temos dúvidas de quem é quem?!

 

Estremecimento

 

Ainda me recordo, menina de saia aos folhos

E sempre, um sorriso na boca, nos olhos.

Aninho-me. Ás fotografias dou voltas!

Procuro, nem sei o quê, ideias soltas?!

E a sonhar remiro tantas esperanças

Estampadas nos olhares, destas crianças.

E são os olhos, estes que agora me traiem

E deitam  lágrimas que p'lo rosto me caiem

E caio eu na ratoeira da saudade

Velhaca a saudade, tão obstinada!

Nas mãos desta menina cresce ansiedade

Olhando esta velha fotografia desbotada

 

Hoje estou fora deste dia, deixo-me flutuar

Procuro nem sei o quê?! Esqueço a razão!

Absorvida no meu mundo a recordar

Feliz, por vos ter a todas na minha mão.

publicado por rosafogo às 23:38

Sexta-feira, 27 de Fevereiro, 2009

Hoje regressei da aldeia, e embora se viva um pouco melhor do que no meu tempo de

criança, ainda vejo algumas delas que me trazem á memória esse tempo distante. Dávamos valor ao  pouco que se tinha, uma ída ao carrocel uma vez por ano, uma boneca de pernas de cana, uma bola feita de trapos, um lencinho bonito para deixar cair na roda, uma simples prata para enfeitar o livro da escola , um pedaço de pão com manteiga ao deitar, é tudo o que me lembro que me fazia feliz e me dava prazer.

 

Companheiros de infância

 

 

Pobreza, tão comum no nosso passado

Pobres, tínhamos tudo: as ruas e o adro!

Tudo era nosso, o sol, a chuva, o vento

Em demasia a pobreza e o céu estrelado

Só a brincadeira presente no pensamento.

 

Dormimos em colchão de palha

De folhas escamizadas de milho

Brincámos ao pião... à malha!

Descalços,  ou com sapato sem atilho.

 

Comemos o pão que o diabo amassou!

Pedimos porta a porta o pão por Deus

Pouca era a roupa, o frio nos assaltou

E bem ligeiros, corrias TU, corria EU.

 

 

 

Crianças de piolho , sempre a aparecer

De ranho no nariz, sem importar

Contentes de poder saltar, correr

Na esperança do joelho vir a sarar.

Afectos, também nisso a pobreza!?

Só nos restava a inocência, a destreza

Na rua, uns com os outros brincávamos

E à noitinha pirilampos apanhávamos.

A pobreza era nossa desconhecida

Na boca, sempre um sorriso, uma cantiga.

Desafiámos o Destino com algum desembaraço,

Hoje somos meninos,apertados,  no mesmo abraço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sinto-me: Corajosa
publicado por rosafogo às 22:16

mais sobre mim
Setembro 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
16
17

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


últ. comentários
Queria amiga Poetisa Rosafogo, Que das coisas simp...
Olá!Vim apenas fazer um teste, para ver se consegu...
Parabens pelo post. Falar de coisas simples por ve...
Acontece-me exactamente o mesmo, Natália! Depois d...
É assim Mªa João, dispersei-me e agora é tão difíc...
Também me perco imenso, Natália. Não penses que és...
Há séculos dizes bem MªJoão, bem que eu gostaria q...
Para mim também foi uma alegria encontrar-te Ause...
Obrigada PC é bom encontrar palavras amigas.Tento ...
Olá Martinha obrigada por vires ler, tenho andado ...
pesquisar
 

blogs SAPO


Universidade de Aveiro